. . Incerteza fiscal

Carta do Gestor

Setembro de realização de lucros

Após a forte recuperação no segundo trimestre (2T20) do mercado de ações e dos indicadores de atividade mostrar retomada da economia internacional e nacional no curto prazo, o Ibovespa apresentou um movimento de realização de lucros no terceiro trimestre (3T20), em especial nos meses de agosto (-2,44%) e de setembro (-4,80%), após forte em julho (+8,27%).

Essa queda nos últimos dois meses do 3T20, teve como principais justificativas:

  • – Medo de uma segunda onda de Covid-19, o que levaria a um menor crescimento da economia mundial;
  • – Receio de mais dificuldades pelo lado fiscal no Brasil, com forte discussão sobre o novo programa social “Renda Cidadã” e o flexibilização do Teto de Gastos implementado no governo Temer.  
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  • E nesse cenário, o Ibovespa apresenta queda 18,20% no ano até o fim de setembro.

E nessa mesma linha, observam-se as diferenças de desempenho no 3T20 entre os índices da B3, mas mostrando queda na maior parte dos indicadores no período. Do lado negativo, o destaque foi para o recuo do índice do setor imobiliário (IMOB), que foi de -9,18%, e para o índice do setor financeiro (IFNC) que teve variação de -5,86%.

E do lado positivo, destaque para o índice de produtos básicos (IMAT) que teve alta de 21,92% e para o do setor industrial (INDX) que subiu 9,02%. No ano, o destaque setorialmente foi para a elevação de 12,06% do INDX e para a redução de 36,23%.

Nesse contexto, a taxa de câmbio apresentou bastante volatilidade, fechando o 3T20 com alta de 3%, com o dólar cotado a R$ 5,64, ante R$ 5,47 do 2T20. E a forte volatilidade do dólar em relação ao real tem como motivos:

  1. 1. Dúvidas quanto ao desempenho fiscal do Brasil;
  2. 2. O medo de uma segunda onda Covid-19, que levaria a um crescimento mais lento da economia global novamente.
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  4. Globalmente, o dólar tem se depreciado em razão da elevação dos preços das commodities e da alta nos preços dos ativos financeiros.

É possível observar a forte depreciação do real frente ao dólar em 2020 até setembro. Entre as moedas selecionadas vistas no gráfico abaixo é a que teve a maior desvalorização no ano, registrando perda de 39,94% no período.

Isso é reflexo de menos recursos estrangeiros entrando no país via investimento em carteira e investimento direto, dado o ambiente de maior aversão ao risco em relação ao Brasil e a outros países em que as incertezas são maiores.

E no que se refere aos índices de bolsas internacionais, observa-se que houve realização de lucros em setembro, com a justificativa de receio em relação à segunda onda de Covid-19 e dúvidas em relação às eleições nos Estados Unidos.

Incertezas fiscais

Em suma, a incerteza segue elevada tanto no ambiente internacional quanto no nacional. Por isso, a volatilidade continuará muito significativa nos próximos meses, mesmo diante dos estímulos fiscais e monetários sem precedentes na história.

Ou seja, esses incentivos foram eficazes para a recuperação da atividade econômica no curto prazo, mas não existe garantia de continuidade das políticas fiscais e monetárias ultra expansionistas, em função das restrições existentes em ambas as políticas. Isso gera muitas dúvidas quanto à retomada da economia global após a retirada dos estímulos adotados desde março.

Desse modo, para os próximos meses, fica a expectativa de que seja produzida uma vacina eficaz contra o coronavírus. Caso isso não aconteça, fica ainda mais difícil de prever o desempenho da economia.

A esperança, caso a vacina não chegue, é que a melhora dos hábitos de higiene e os procedimentos de proteção adotados pela população continuem, e que isso, juntamente com a melhoria dos protocolos médicos de combate aos efeitos da Covid-19, sigam controlando a velocidade de transmissão da Covid-19 e o número de mortes, de modo que as restrições ao funcionamento da economia sejam as menores possíveis.

Diante desse ambiente apresentado, cabe a nós como gestão, dar continuidade a escolha criteriosa dos ativos que fazem parte das carteiras, de modo a buscar retorno ao longo do tempo, combinado com papéis que tenham liquidez e com uma diversificação adequada.

Para que isso possibilite minimizar os riscos diante de um cenário que não admite amadores, pois até a nossa velha e conhecida renda fixa, está bastante variável nesse ano, e não para cima, para baixo em função da marcação a mercado dos títulos, dado que os juros estão em patamar muito baixo e, pelo risco, começa-se a precificar uma taxa de juros mais elevada, o que derruba os preços dos títulos de renda (PU) fazendo com as cotas de fundos ditos conservadores tenham queda de rentabilidade. Ou seja, tempos difíceis para investidores conservadores, que agora precisam rever com urgência o seu portfólio.

Para isso, conte conosco.

Equipe de Gestão da Geral Asset




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