. . A venda de ações do Banrisul e o cenário de investimentos no RS

Banrisul Geral

Diante da crise fiscal que atinge o Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori (PMDB) vem assumindo estratégias mais assertivas para tentar equilibrar as contas públicas do estado. Um dia depois de enviar ao Ministério da Fazenda um plano de recuperação que inclui proposta de congelamento do salário do funcionalismo até 2020, aumento de impostos e privatização de seis empresas estatais, o controle sobre o maior banco do estado passou a integrar o conjunto de planos de ajustes do governo.

A escolha política do executivo do estado, divulgada oficialmente na manhã do dia 04 de outubro, inclui a venda de 49% das ações ordinárias do Banrisul (BRSR3) e 100% das suas ações preferenciais (BRSR5 e BRSR6). Estas últimas deixarão de ser negociadas em dois papéis diferentes e passarão a integrar conjuntamente a sigla BRSR6. Com essa medida, o controle estatal sobre os ativos totais do banco, que hoje é da ordem de 56,97%, passará a ser de 25,57%. Ainda assim, com a manutenção do controle público sobre 51% das ações ordinárias (que têm poder de voto), o governo garante o controle sobre as operações do banco.

É interessante notar que a notícia parece não ter agradado totalmente os investidores, que possivelmente esperavam um anúncio de privatização completa do Banrisul. Essa expectativa vinha se materializando na vertiginosa alta dos preços da BRSR6 ao longo desse ano, em que foram debatidas inclusive pelo Ministro Henrique Meirelles as possibilidades de privatização do banco. Ainda assim, após a notícia (ontem) de que o plano do governo preservaria o controle público sobre a estatal, os preços da BRSR6 (ação preferencial de maior liquidez) sofreram uma queda de cerca de 11%. As ações da BRSR5, também preferenciais, por outro lado, apresentaram alta na ordem de mais de 45%.

Esse comportamento pouco habitual da Bolsa de Valores retrata o impacto forte que essa ação do governo aplica no mercado. Cabe ao investidor ficar atento ao período que se sucederá para aproveitar boas oportunidades que provavelmente se apresentarão. Diante disso, vale reforçar ao nosso leitor que o mercado de capitais se vale em grande medida de possibilidades futuras, e isso implica que declarações e discursos oficiais tenham um poder considerável para influenciar os preços das ações. Nossa equipe, a partir de agora, se empenhará em analisar detalhadamente o comportamento mercado gaúcho e, como sempre, em ajudar nossos clientes a aproveitarem as oportunidades que surgirem da melhor forma possível.

Confira o que nosso analista-chefe, Carlos Müller, disse ao Jornal do Comércio




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