. . Fim de temporada de balanços reforça animo positivo

A análise é do Banco Inter, que partiu dos resultados das companhias abertas no primeiro trimestre. A temporada de balanços mostrou que a recuperação econômica no Brasil é uma realidade. No texto da semana passada, já havíamos trazido o tema à tona, a partir da análise dos dados publicados na Ata do Copom e no Boletim Focus.

Agora é a vez de olhar para o que as empresas mostraram. Segundo o Inter, os resultados das empresas vieram em linha com as expectativas de um trimestre de retomada, inclusive, em alguns casos, superando as perspectivas iniciais. As empresas de commodities foram as protagonistas, com resultados impulsionados pelo bom momento de demanda e preços nos mercados internacionais. No entanto, outros setores também merecem destaque:

Bancos e saúde já mostram sinais de reversão de tendência. Os resultados trimestrais dos bancos já mostraram retomada nos lucros;

E elétricas, construção, seguradoras e varejo, embora ainda afetados, mostram que, talvez, o pior já tenha passado.

Diante do cenário, a bolsa brasileira segue influenciada pela alta de 18% no setor de commodities neste ano. Quando excluído o setor da análise do Ibovespa, o índice apresenta queda de quase 2% em 2021. Até 24 de maio, a bolsa acumulava alta de mais de 4% no ano.

Confira destaques setoriais feito pelo Banco Inter:

Bancos

O trimestre foi positivo para os bancos, porque os resultados já mostram a recuperação nos lucros, amplamente esperada pelo mercado por conta da redução das despesas com PDD. Bancos como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil reportaram lucros em média de 10% acima das expectativas, com destaque para o Banco do Brasil que mostrou forte redução nas provisões e nas despesas administrativas. Apesar da recuperação no bottom-line, observamos ainda uma pressão nas linhas de serviços e tarifas dos bancos, que seguem sentindo os impactos do Covid-19, da alta competitividade no setor e também do PIX. A inadimplência segue baixa, mas ainda aponta para um risco de alta para os próximos trimestres, diante da situação ainda indefinida da pandemia no país.

Saúde

Em geral, as empresas do setor de saúde performaram bem no 1T21. Diferentemente do mesmo período no ano passado, quando de março a maio os procedimentos eletivos foram suspensos, esse ano não houve restrições nos atendimentos. O que observamos foi que, apesar do pico da segunda onda da Covid-19, o fluxo de pessoas em hospitais, clínicas e farmácias vêm crescendo desde o segundo semestre de 2020. No Brasil todo vimos hospitais enfrentando picos de internações, com níveis maiores até do que patamares pré[1]pandemia. O conjunto de pacientes com Covid e pacientes de outras patologias trouxe de volta faturamento para o setor de saúde via hospitais e circulou renda por toda a cadeia. Consequentemente, a maioria das companhias foi beneficiada.

Elétrico

O 1T21 apresentou diferentes resultados para os subgrupos do setor elétrico. Os níveis dos reservatórios ditaram o ritmo para a parte de geração. Com a escassez de chuvas vivenciada no brasil nos últimos anos e intensificada em novembro de 2020 até os tempos atuais, a performance das geradoras hídricas ficou comprometida. Tal cenário acaba levando ao acionamento das térmicas, que tem um custo de produção mais elevado, encarecendo, por tanto, os encargos com geração de energia. Na contramão, as distribuidoras apresentaram um melhor desempenho.

Construção

A política de restrições impediu o funcionamento dos stands de vendas, os registros nas prefeituras e o fechamento de contratos junto à Caixa que, por sua vez, geraram postergação nos lançamentos, atrasando os repasses previstos para o 1T21. No entanto, a velocidade nas vendas apresentou números sólidos no período, com boa evolução apresentada no estoque em construção e maior resiliência no setor de baixa renda.

Seguros

O 1T21 foi neutro para o setor. Enquanto BB Seguridade e Porto Seguro reportaram resultados em linha como o esperado, Sulamérica no bottom-line veio abaixo e destacamos IRB Brasil, que superou nossas expectativas no resultado final. Em termos de crescimento dos prêmios, vimos avanços modestos na comparação anual, isso porque o 1T20 ainda não apresentava fortes impactos do COVID-19 nos números.

Varejo

O 1T21 foi um período de muitas adversidades para o varejo. O endurecimento das medidas de isolamento, as restrições no horário de funcionamento do comércio e a ausência do auxílio emergencial impactaram na veia o consumo. Com muitas empresas ainda desenvolvendo o canal digital, que estruturalmente tem margens menores, a desalavancagem operacional atingiu novamente a maioria dos resultados. As companhias com e-commerce mais avançado vivenciaram crescimento do GMV, corroborando suas respectivas estratégias comerciais, mas abrindo mão de margem operacional através de iniciativas de vendas, marketing e investimento. Como já era esperado, o segmento de alimentos
performou bem.




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