. . Entre o recorde e o coronavírus

Carta do Gestor 

O ano de 2020 começou agitado com conflitos geopolíticos (Estados Unidos x Irã) e pelo coronavírus na China, e que já foi registrado em outros países. Isso tende a enfraquecer temporariamente o crescimento da economia chinesa e, por consequência, influenciar o desempenho das outras nações num momento que já era de desaceleração da economia mundial.

Contudo, vale destacar que se comparado a outros momentos de epidemia, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês) de 2002 e a gripe suína (H1N1) de 2009, os efeitos foram passageiros, se dissipando rapidamente na economia.


Então, isso pode significar oportunidade no mercado financeiro, dado que se espera a resolução da situação no médio prazo? Entendemos que sim, mesmo que isso não seja um bom motivo em que a oportunidade tenha surgido ou venha aparecer. Até porque as oportunidades no mercado de capitais do Brasil não estão derivando de queda nos preços dos ativos por conta do coronavírus.

Os principais motivos vêm:

  • da expectativa de maior expansão da economia brasileira (PIB esperado entre 2,1% e 2,5% em 2020);
  • da manutenção da inflação controlada (IPCA esperado em 3,4%);
  • e da taxa de juros mantida na mínima histórica de 4,25%, recente redução na reunião do início de fevereiro.

Isso que ajudará no desempenho das empresas listadas na bolsa brasileira (B3).


Nesse contexto, o Ibovespa, principal índice da B3, recuou 1,63% em janeiro/20, fechando o mês cotado aos 113.761 pontos, após bater o recorde de fechamento de 119.528 pontos no último dia 23 de janeiro. Do recorde ao encerramento do mês, a queda foi de 4,82% (conforme o gráfico).

Quando observamos o Ibovespa em dólar, verificamos que o recuo foi mais expressivo no período (-7,13%). Isso porque o dólar subiu em relação ao real, levando a taxa de câmbio de R$/US$ 4,03 no fim de 2019 para R$/US$ 4,27 no fim de janeiro, e o Ibovespa, como já dito, caiu no período (ver gráfico 2).

E nessa conjuntura de volatilidade e maior aversão ao risco, no primeiro mês de 2020 houve saída R$ 19,2 bilhões no mercado à vista da B3, valor recorde de retirada para um mês na bolsa brasileira.

Na tabela, a seguir, é possível observar diferenças de desempenho nesse início de ano. Os índices ligados aos setores imobiliário (IMOB), de consumo (ICON) e de energia elétrica (IEE), tiveram alta de 3,86%, 3,66% e 2,19%, respectivamente em janeiro. Já pelo lado da queda, destaque para os índices ligados ao setor financeiro (IFNC) e às commodities (IMAT), que registraram quedas de -3,77% e -0,54%, respectivamente. Ou seja, começamos 2020 com bastante volatilidade na bolsa brasileira e mundial.

Na tabela abaixo, observamos que também houve recuo dos principais índices de bolsas internacionais no mês de janeiro, sobretudo as bolsas na Europa e na China. Impactaram nesse desempenho o receio em relação aos efeitos do coronvírus e seus reflexos no crescimento da economia mundial, e a já esperada desaceleração na expansão econômica. Adicionalmente, houve o assassinato do general iraniano no último 03 de janeiro, elevando a tensão entre Estados Unidos e Irã, que causou receio de uma guerra mais duradoura.

No que se refere ao futuro

Vimos, de um lado, que as incertezas por conta de importantes acontecimentos globais aumentaram. Esses fatos tendem a desacelerar o crescimento da economia mundial em momento de estabilização e de menos ferramentas de política fiscal e monetária, em razão do alto endividamento dos governos e taxa de juros reduzidas.

Por isso, os principais Bancos Centrais tendem a manter o nível de liquidez visto nos últimos anos, sobretudo após os programas de expansão quantitativa (QE, na sigla em inglês).

Por outro lado, observamos que o desempenho da economia brasileira tende a ser melhor em 2020 e a taxa Selic vai para o quarto ano consecutivo em um dígito, algo inédito para a economia brasileira. Isso tende a influenciar positivamente o consumo e o investimento por aqui. Ademais, o governo continuará as reformas necessárias para a modernização do Estado brasileiro, o que também é muito favorável.

Por isso, acreditamos que o cenário para o mercado de ações, em especial, para os Fundos de Ações e as Carteiras Administradas, as quais gerimos ou assessoramos, é bastante promissor nesse contexto de recuperação da economia brasileira e de um Estado liberal e reformista.

Esse ambiente inédito de juros na mínima histórica, força os investidores a saírem da “zona de desconforto” de produtos vinculados ao CDI e de aplicações na caderneta de poupança, que tendem ficar abaixo da inflação. Rentabilidades abaixo da inflação significam perda real de patrimônio ao longo do tempo.

Por fim, para aproveitar esse momento favorável do mercado de ações, recomendamos que continuem investindo conosco, sobretudo nos Fundos de Investimento em Ações, GALT e Dividendo, geridos pela Geral Asset, contando com gestão profissional e que têm superado ou ficado muito próximos ao desempenho dos índices de mercado, apresentando menor risco e com liquidez para o nosso cotista, se diferenciando em relação à concorrência.

Além disso, a nossa sede é em Porto Alegre, tornando mais fácil o contato com o Gestor, Analista e Economista, assim, aumentando a proximidade com o nosso investidor.

Obrigado por investir conosco!

Equipe da Geral Asset: 

Gestor Mauro Gelain
Economista-chefe Denilson Alencastro
Analista-chefe Carlos Müller 




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