. . Carta do Gestor: Bolsas em alta

Em abril, o mercado financeiro continuou aproveitando positivamente a retomada da economia, o aumento da vacinação e as políticas fiscais e monetárias bastante expansionistas. Destaque para a forte valorização das bolsas internacionais, em especial as dos Estados Unidos, que tem batido recordes desde que mostrou recuperação após o tombo de março de 2020. O S&P500 subiu 5,2% em abril e apresenta alta de 11,3% em 2021, conforme é possível observar na tabela 1.

Nesse contexto, de euforia com as bolsas internacionais, a bolsa brasileira também subiu em abril. O Ibovespa teve elevação de 1,9% em abril (ver gráfico 1). E no caso brasileiro, assim como em outros mercados emergentes, o destaque ficou mais uma vez com as ações relacionadas com as commodities, que estão tendo alta expressiva em função da forte liquidez global e pela retomada do crescimento econômico.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), na divulgação do seu tradicional relatório de projeções (Panorama Econômico Mundial), revisou para cima as estimativas de crescimento de diversos países. E segundo a instituição, a recuperação deverá ser assíncrona e divergente entre as economias avançadas e emergentes. Também tem acontecido diferenças importantes na retomada quando avalia-se setores e níveis de renda internamente. Assim, conforme o relatado pelo própria instituição:

“O crescimento global projetado pelo FMI é de 6% em 2021 e de 4,4% em 2022. As projeções para 2021 e 2022 foram revisadas para cima na comparação com outubro de 2020. A revisão para cima reflete o apoio fiscal adicional em algumas grandes economias, a recuperação antecipada com base na vacina no segundo semestre de 2021 e a adaptação contínua da atividade econômica à mobilidade moderada. Uma grande incerteza envolve essa perspectiva, relacionada à trajetória da pandemia, à eficácia do apoio político para fornecer uma ponte para a normalização alimentada pela vacina e à evolução das condições financeiras”.

Assim, nesse ambiente de crescimento econômico global, o IMAT, índice ligado as commodities, subiu 12,1% em abril (ver gráfico 1) e apresenta valorização de 31,8% em 2021 (ver gráfico 2), valor superior ao Ibovespa que mostrou queda de 0,1% no até o fim de abril. Isso porque as empresas relacionadas ao setor imobiliário, financeiro e consumo apresentaram forte queda em 2021, como pode ser observado pelos índices IMOB, IFNC e ICON mostrados no gráfico 2.

Contudo, mesmo nesse cenário de euforia, existem preocupações e riscos. A pandemia ainda não está resolvida, mesmo com a vacinação. É lógico que a solução já existe, que são as vacinas, mas que ainda não chegaram a toda população que irá tomar a vacina, como é o caso do Brasil. Além disso, pela recuperação econômica e pela desorganização nas diversas cadeias produtivas, sobretudo pela falta de insumos para a produção, viu-se aumento das pressões inflacionárias. O que tem feito o mercado ter elevada volatilidade em função das expectativas em torno de possíveis aumentos das taxas de juros por parte dos Bancos Centrais, especialmente o Federal Reserve (FED), algo que tem sido descartado pelos dirigentes do FED no curto prazo, que continuam afirmando que devem manter os estímulos monetários.

Nesse ambiente, no caso brasileiro, as estimativas mostram que a economia está voltando para a rota de crescimento, mesmo que o Banco Central do Brasil esteja em um processo de ajuste da taxa Selic para cima, que tem sido justificado pela recente pressão da inflação. Mas o que tem limitado uma recuperação mais rápida é a alta taxa de desemprego, que segue em torno de 14%, valor bem fora da normalidade de uma economia saudável. Além disso, a questão fiscal segue no radar, mesmo com a aprovação do orçamento federal.

É também importante lembrar que 2022 é ano eleitoral, o que faz o governo ser mais “generoso”, o que impõe alerta ao desempenho das contas do governo. Governo esse que tenta retomar a agenda de reformas, sobretudo as reformas administrativa e a tributária, e que se forem aprovadas, tendem a ser em parcelas, ou seja, reformas mais “desidratadas”, na comparação com o desejo e expectativa do mercado.

Por fim, vale destacar que estamos observando essa movimentação do mercado e ajustando as carteiras seja reduzindo ou zerando posições, seja aumentando ou incluindo novos papéis nos portfólios. Ademais, também é importante pontuar que os resultados das empresas no primeiro trimestre de 2021 (1T21) têm vindo positivos em sua maioria, superando ou ficando em linha com as projeções dos analistas. Na carta do Gestor de junho, traremos uma visão geral sobre os resultados publicados das empresas no 1T21 focando nas empresas que fazem parte das nossas carteiras.

 

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